quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Eu mudei! Quem não muda com a perda dos pais?!



Quando perdi minha mãe, tive a certeza de que esse amor é incondicional, ninguém no mundo vai me amar mais que ela. Tive a dádiva de Deus de me tornar mãe também, e isso só veio a confirmar mais ainda essa certeza. Não existe amor maior, amor mais intenso, amor mais verdadeiro do que uma mãe por um filho.

E viver sem esse amor, é bem difícil, é dolorido, sempre falta alguma coisa. Nosso porto seguro se vai, e quem mais vai estar ali do seu lado a qualquer momento?!?!

Li num texto que todas as pessoas continuam vivendo aquela criança que pode correr pro pai e pra mãe, mas quando eles se vão embora, essa opção desaparece pra sempre. O texto dizia que quando os pais morrem, independentemente da idade, as pessoas costumam experimentar um sentimento de abandono. Quando já não estão, passa a existir uma sensação de “nunca mais” para uma forma de proteção e de apoio que, de uma forma ou de outra, sempre esteve ali.

Tenho certeza que uma das grandes perdas da vida é a dos pais. Isso muda nossa vida pra sempre.

Eu mudei!

Comecei a me preocupar com o legado que deixarei, gostaria muito que as pessoas olhassem pra mim com o carinho que olharam pra minha mãe naquele caixão.

Por muito tempo seguia a filosofia de “que se dane a opinião dos outros”, quando na verdade o que eu sei que Deus espera de mim é que as pessoas me vejam como referência de amor, bondade, paciência, mansidão e muitas outras coisas boas. Assim como ela era vista.
Porque realmente ela se doava, se preocupava com os outros, que fosse em oração, se preocupava em ter uma boa conduta para que fosse exemplo aos que não conheciam a Deus.

Com a partida dela, os pensamentos e “filosofias” ficaram bagunçadas na minha cabeça.

Tento viver um dia de cada vez, sem me preocupar com coisas tão pequenas como uma casa mal arrumada, com uma discussão boba para que os outros entendam meu ponto de vista. Não quero mais confusão, quero evitar a fadiga.
Talvez tenha me tornado um pouco apática, ou pouco mais devagar, acho que desacelerei e isso é um pouco estranho, porque talvez eu deveria querer fazer tudo ao mesmo tempo por medo que esse tempo acabe.

Mas, não sei o que é correto, não sei qual é a melhor receita ou caminho.

Sei que quero minha vida mais calma, quero ser mais tolerante, não quero que o dinheiro seja meu senhor, quero me colocar mais no lugar do outro, viver, aproveitar, e ao mesmo tempo descansar.
Que Deus me ajude!

“Quero me lembrar dos verões
Quero me lembrar das canções
E das lições que me ensinou
Se eu pudesse eu voltaria atrás

E te beijaria muito mais
Mãe, ouviria mais os teus conselhos
Sinto tanta falta do teu cheiro
De acariciar os teus cabelos
Mas aprouve a Deus te acolher

Minha esperança é que na eternidade eu vou te ver
Na eternidade, sem sentir saudade
Vamos adorar a Deus
Na eternidade com os meus amados
Do jeito que eu sempre quis”